INFELIZMENTE TENHO QUE CONCORDAR COM ESTE EX DEPUTADO ELE SABE MELHOR QUE MUITOS DE NÓS CONVIVEU NOS COITOS POLÍTICOS BRASILEIROS. O BRASIL COMEÇOU A ACABAR NO DIA QUE RESOLVEU QUE, MENTIROSO, FARSANTE, MANIPULADOR, ESCROQUE SERIA UM ÓTIMO REPRESENTANTE DO POVO, POIS SERIA O PRÓPRIO POVO NO PODER, PODE ATÉ SER, ESQUECERAM APENAS DE ESCOLHER QUE TIPO DE POVO, O POVO QUE LUTA, TRABALHA É HONESTO, OU AQUELE OUTRO POVO QUE VIVE DA DESGRAÇA DOS OUTROS.
TRAFICANTES DÃO GRATUITAMENTE AS PRIMEIRAS PEDRAS DE CRAK, OS PRIMEIROS CIGARROS DE MACONHA, AS PRIMEIRAS GRAMAS DO PÓ, POIS SABEM QUE O RETORNO É RÁPIDO, EFICIENTE E ETERNO. O POETA TEM RAZÃO. ESMOLA OU MATA DE VERGONHA OU VICIA O CIDADÃO, ASSIM PARA A PARTE VICIADA "O CARA" É UM deus.
MATÉRIA ROUBADA DO SITE "CONGRESSO EM FOCO"
Memorial do Escândalo
“Dois
procuradores-gerais da República, a Polícia Federal, o Banco Central, o governo
dos Estados Unidos … Dá pra acreditar em tanta gente assim unida para produzir
uma ‘farsa’?”
Rudolfo Lago
Aqueles
que queiram ter uma compreensão menos apaixonada do que começará a ser julgado
hoje à tarde no Supremo Tribunal Federal (STF) deveriam perder algum tempo
lendo as 338 páginas do memorial sobre o mensalão feito pelo procurador-geral da
República, Roberto Gurgel. Aos que pretendem se comportar como torcida
organizada, talvez o tempo perdido não valha tanto a pena: já têm posição firmada,
independentemente de qualquer coisa. O Congresso em Foco publicou a
íntegra do memorial ontem (1). Mas ele pode ser lido de novo aqui.
É claro,
trata-se de um memorial feito pela acusação. Neste processo, essa é a posição
do Ministério Público, que funciona como promotor no julgamento. Assim, o
resumo feito por Roberto Gurgel – sim, com 338 páginas, trata-se de resumo;
afinal, o processo do mensalão tem 69 mil páginas – tem o objetivo de reforçar
os argumentos da acusação. Mesmo com isso em mente, fica impossível concluir,
após a leitura, que não tenha ocorrido algo de muito grave sob o nome de
mensalão, como ficou conhecido.
Como até
andou reforçando o ex-procurador-geral Antônio Fernando de Souza, é sempre
importante se ter em mente que “mensalão”, esse apelido dado pelo ex-deputado
Roberto Jefferson ao batizar o que houve, não passa de uma figura de retórica.
O Ministério Público não acusa os envolvidos de participar de um esquema que
pagava “mesada”, remessas mensais de dinheiro a partidos e políticos. O que a
acusação diz é que se formou uma organização criminosa com o propósito de
trocar apoio político por dinheiro. E, efetivamente, havia dinheiro, depositado
em contas dos bancos Rural e BMG, às quais vários parlamentares e dirigentes
partidários recorreram em vários momentos.
Iam às
agências dos bancos. Saíam com pacotes ou “pastas do tipo 007” cheias de
dinheiro vivo. Recorreram às contas quando precisaram delas.
A
auditoria contábil nas contas das empresas do empresário mineiro Marcos Valério
de Souza, descrita no memorial, impressiona. Marcos Valério é o principal nome
daquilo que a acusação chama de “grupo operacional” do esquema. A Procuradoria-Geral
da República divide o esquema em três grupos. O “político” – dos dirigentes do
PT – queria uma forma de obter o apoio de outros partidos ao seu projeto de
poder. Encontrou essa forma no esquema bolado por Marcos Valério, o tal
valerioduto, que ele já tinha feito antes para o PSDB de Eduardo Azeredo em
Minas Gerais. O dinheiro, diz a acusação, era garantido pelo “grupo
financeiro”, os executivos do Rural e do BMG.
Segundo o
memorial, a auditoria contábil encontrou “centenas de milhares” – isso mesmo,
“centenas de milhares”! – de notas fiscais falsas emitidas pelas empresas de
Valério para forjar a história dos empréstimos feitos ao PT e evitar demonstrar
uma relação entre tal dinheiro e o que suas empresas ganhavam com os contratos
que tinham com o governo.
Outra
auditoria não consegue encontrar relação entre valores repassados pela Visanet,
fundo de incentivo do Banco do Brasil, para a DNA Propaganda, empresa de Marcos
Valério, e eventuais trabalhos publicitários. Ou seja: indício de que o dinheiro
era para abastecer o esquema.
Há bem
mais. Simone Vasconcelos, que era gerente financeira de uma das empresas de
Marcos Valério, narra em um depoimento que chegou a pedir certa vez um
carro-forte para transportar R$ 650 mil (R$ 650 mil!) até um prédio no qual
entregaria o dinheiro a pessoas do PL (hoje PR).
E por aí
a coisa vai. Enfim, é difícil, após a leitura, considerar que não houve nada.
Que tudo não passou de uma invenção. Até porque a “invenção”, forjada por
Roberto Jefferson, teria que ser corroborada por dois procuradores-gerais da
República que foram escolhidos por Lula, o ex-presidente da República que
comanda o PT, principal partido acusado. E o memorial envolve ainda documentos
produzidos pela Polícia Federal, pelo Banco Central, pela Controladoria Geral
da União, pelo governo dos Estados Unidos … Dá pra acreditar em tenta gente
assim envolvida na “farsa”?
* É o editor-executivo do Congresso em Foco.
Formado em Jornalismo pela Universidade de Brasília em 1986, atua como
jornalista especializado em política desde 1987. Com passagens pelos principais
jornais e revistas do país, foi editor de Política do jornal Correio
Braziliense, editor-assistente da revista Veja e editor especial da
revista IstoÉ, entre outras funções. Vencedor de quatro prêmios de
jornalismo, incluindo o Prêmio Esso, em 2000, com equipe do Correio
Braziliense, pela série de reportagens que resultou na cassação do senador
Luiz Estevão.