quinta-feira, 26 de abril de 2012

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Por Jorge Serrão

A aposta de que a CPI do Cachoeira vai dizimar seus inimigos políticos (inclusive dentro do próprio PT) é um dos maiores erros táticos de Luiz Inácio Lula da Silva. Insuflada pessoalmente por Lula, a comissão parlamentar de inquérito, que assusta a “oposição”, apavora ainda mais a base governista e a petralhada. Tanto que ontem já ganhava, em Brasília, o apelido de “CPI Jim Jones”. A previsão politicamente macabra é: “vai morrer todo mundo abraçado”.

Trata-se de uma referência ao suicídio coletivo cometido por fanáticos seguidores de um pretenso líder religioso, na Guiana, em 1978. O governo tem dois medos. Primeiro que sejam revelados negócios ocultos de Lula e de seus aliados mais próximos que tenham alguma relação com o contraventor Carlos Augusto Ramos. Mas o medo maior é que venham à tona os nomes de quem se beneficiou do esquema de obras públicas nos estados, graças aos lobbies de Carlinhos Cachoeira.

Nunca esteve tão nova a velha máxima de que “CPI se sabe como começa, mas nunca como termina (geralmente muito mal para o governo)”. A Comissão de Prostituição do Inquérito do Cachoeira tem tudo para requentar e retomar velhos escândalos (devidamente abafados) como as ligações perigosas do ex-assessor e amigo pessoal de José Dirceu na Casa Civil, Waldomiro Diniz. Também pode recordar o polêmico e nunca provado derrame de R$ 1 milhão no caixa 2 da campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002, como contrapartida seria o empenho de Lula em legalizar os bingos. Quem revelou isso na CPI dos Bingos – e tudo ficou por isso mesmo – foi Rogério Buratti – ex-assessor e amigo de Antônio Palocci Filho – o mesmo ex-ministro da Fazenda que foi o sucessor do falecido Celso Daniel na coordenação financeiro da primeira campanha presidencial vitoriosa de Lula.

Ontem, na Ilha da Fantasia, um dos mais apavorados era o líder do PR no Senado. Numa reunião tensa com os líderes da base aliada, o senador Blairo Maggi advertiu a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvati, que o que o ex-diretor do Dnit Luiz Antônio Pagot está incontrolável e pode se vingar do governo. Blairo teria avisado que Pagot é um fio desencapado. Já avisou que quer ser o primeiro a depor na CPI e vai falar de tudo quanto é obra de rodovia e quem ordenou os contratos bichados em cada estado.

A CPI tem tudo para ser um fator de grande desgaste e desestabilização política. Como sempre, muito escândalo deve ser abafado. O problema é que nem todos serão. Por isso, muitas das revelações que podem vir à tona sobre a escatologia do desgoverno petralha tendem a causar instabilidade política. Mais grave é que isto tem tudo para se refletir também na economia – onde os sinais de inadimplência da farra do crédito já assustam os bancos e afetam seus resultados nos balanços do trimestre. O clima instável também pode se refletir no câmbio – o que pode acelerar o desgaste de Dilma.

Será que é isso que interessa ao egocêntrico $talinácio – que se julga um líder quase religioso, acima do bem e do mal - tal qual um Jim Jones –, já preparando seu retorno triunfal na eleição presidencial de 2014 – tendo no currículo o milagre de se curar até de um violento câncer de laringe? Pois a CPI do Cachoeira pode ser o sinal de tragédia para o Tim Tones da política brasileira.

QUE SE REALIZE!

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